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8 de março: por que é importante celebrar o Dia Internacional da Mulher?
O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, tem raízes históricas na luta das mulheres por melhores condições de trabalho, direitos políticos e igualdade social. A data remonta ao início do século XX, quando operárias de fábricas em diversos países, especialmente nos Estados Unidos e na Europa, realizaram greves e protestos contra jornadas exaustivas, baixos salários e condições precárias.
Em 1910, a Segunda Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, realizada na Dinamarca, oficializou a criação de um dia para marcar essa luta. Em 1975, a ONU reconheceu oficialmente a data, reforçando seu caráter de conscientização e mobilização global.
Para honrar a data, o Colégio Sigma, em Londrina, preparou um conteúdo completo sobre os desafios que ainda temos que enfrentar para alcançar uma sociedade com mais equidade de gênero. O tema é importante para o desenvolvimento da cidadania e ainda pode ser assunto cobrado nos vestibulares e no Enem. Acompanhe:
Machismo estrutural
Ainda hoje, o Dia Internacional da Mulher é uma oportunidade importante para refletir sobre as desigualdades de gênero que nos atravessam e, sobretudo, para combater o machismo estrutural presente na sociedade.
O machismo é um preconceito que atravessa gerações e se manifesta por meio de atitudes e crenças que subjugam a capacidade da mulher em diversos contextos, reforçando a ideia de que ela deve ocupar um papel secundário na sociedade.
Historicamente, as mulheres foram impedidas de votar, estudar, praticar esportes, trabalhar e até mesmo de ter autonomia sobre seus próprios corpos. Essa construção social, que coloca o homem como figura dominante e a mulher como submissa, ainda influencia comportamentos, restringe oportunidades e perpetua desigualdades.
Paridade de gênero
Dados divulgados pelo estudo Global Gender Gap Index 2024, do Fórum Econômico Mundial, mostram que, apesar dos avanços, ainda estamos longe da paridade de gênero em nível global.
O relatório relativo a 2024 avalia a situação da igualdade entre homens e mulheres, analisando a equidade de gênero em quatro áreas principais: Participação e Oportunidade Econômica, Nível Educacional, Saúde e Sobrevivência e Empoderamento Político.
Os dados do estudo indicam que ainda estamos longe de viver em um mundo mais igualitário. Afinal, em 2024 a paridade de gênero global alcançou um índice de 68,6%, com um progresso lento. Se mantivermos o ritmo atual, de acordo com o estudo, serão necessários 134 anos para alcançar a igualdade total. Entre os desafios apontados pelo relatório, destacam-se:
- Empoderamento político: essa é a área mais defasada, com apenas 22,5% da paridade atingida. Ainda são poucas as mulheres em cargos de liderança, tanto no setor público quanto no privado.
- Participação e oportunidade econômica: apenas 60,5% da lacuna foi fechada. As mulheres continuam ganhando menos que os homens e enfrentam barreiras para ascender a posições de liderança.
- Educação: apesar de uma taxa de paridade de 94,9%, ainda existem desafios no acesso e na permanência das mulheres nos mais altos níveis acadêmicos.
- Saúde e sobrevivência: É a área mais próxima da paridade (96%), mas há países onde mulheres ainda enfrentam desigualdades no acesso a serviços de saúde.
Os avanços são desiguais entre regiões do mundo. A Europa lidera com 75% da paridade alcançada, enquanto o Oriente Médio e Norte da África ocupam a última posição, com 61,7%. A América Latina e o Caribe avançaram significativamente desde 2006, mas ainda enfrentam desafios estruturais.
O que cada um de nós pode fazer?
O combate ao machismo estrutural e a promoção da igualdade de gênero exigem mudanças em diversas frentes. Pequenas atitudes no dia a dia podem fazer uma grande diferença. Algumas formas de contribuir para um mundo mais justo incluem:
- Desafiar estereótipos - questione padrões que limitam as mulheres e reforçam papéis de gênero ultrapassados. Acreditar no potencial feminino e incentivar meninas a seguirem carreiras antes dominadas por homens é um passo importante.
- Dividir responsabilidades: a carga de trabalho doméstico e de cuidados com a família ainda recai majoritariamente sobre as mulheres. Promover uma divisão mais justa dessas tarefas dentro de casa contribui para a igualdade.
- Apoiar políticas e iniciativas de inclusão: empresas e governos devem ser cobrados por ações concretas que promovam equidade salarial, oportunidades iguais e ambientes livres de assédio e discriminação.
- Dar voz às mulheres: amplificar as histórias, ideias e conquistas femininas é essencial para combater a invisibilização e reconhecer o valor da participação feminina em todos os espaços.
- Não tolerar o machismo: comentários e comportamentos que reforçam a desigualdade devem ser questionados e enfrentados. O silêncio diante de situações de discriminação perpetua o problema.
Para que essa mudança aconteça, é fundamental o compromisso de governos, empresas e da sociedade como um todo. A luta pela igualdade de gênero não beneficia apenas as mulheres – ela fortalece a sociedade, criando oportunidades mais justas para todas as pessoas.